terça-feira, 29 de novembro de 2011

Molhos revelam diferentes sabores em lanches regionais



Oeste Paulista diferencia fast foods com variedade de acompanhamentos cremosos

Alguns lugares são lembrados pelo sabor que proporciona. Na região de Presidente Prudente, a memória gastronômica dos lanches tem como diferencial a variedade, além de molhos e cremes que servem de acompanhamentos.
Molhos a base de maionese, como o verde (com ervas finas), de alho ou azeitona são referências das cidades do Oeste Paulista. Para o fotógrafo José Roberto de Oliveira, 33, “a composição de molhos e diversidade de sabores atraem a preferência dos consumidores”, defende.
A microempresária, Emirele de Souza Oliveira, 30, sócia em uma lanchonete, afirma que algumas receitas são hereditárias e guardam o sabor por gerações. “No interior, em especial aqui em nossa região, os salgados e lanches em sua maioria, são feitos de forma 'artesanal', fato que preserva a identidade regional com os temperos ensinados por nossas mães e avós”, revela.
Ela ainda justifica que a fabricação artesanal demanda mais tempo de preparo. “Na capital, com todo o ritmo acelerado e as quantidades enormes de pedidos, fica difícil”, defende.
Por outro lado, desde 1995 existe uma Lei que proíbe o consumo de molhos em bisnagas pelo risco de infecções. Em um estudo realizado pelo pesquisador sanitarista F.F.A. Fattori (2005), 69,23% de amostras analisadas em lanchonetes e traillers de Presidente Prudente apresentavam coliformes fecais acima do permitido pelas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA.
A pesquisa alertava sobre os riscos do mal uso de bisnagas de molhos, que poderiam transmitir bactérias que causam intoxicação alimenta, entre elas a Salmonella.
Perigos
De acordo com a SATC Tecnologia, a Vigilância Sanitária orienta sobre os seguintes motivos para não se consumir molhos em bisnagas de plástico:
- Risco de contaminação por funcionários que não realizam higiene pessoal nem dos utensílios, além da contaminação pelas pessoas que frequentam o local e por moscas e insetos.
- Armazenamento incorreto e produto exposto a temperatura ambiente. Esse produto deve ser refrigerado após o uso. No verão os riscos de contaminação aumentam.
- Desconhecimento da procedência do produto. Não se sabe se o tubo contém outras substâncias além do condimento.
- Acúmulo de resíduos de tempero que servem como alimentos para bactérias.
- Desconhecimento da validade do produto.
Consequências
Os riscos variam desde um mal-estar até graves infecções intestinais. O local mais crítico é o bico do tubo, pois nele ficam impregnados resíduos que são a preferência das bactérias. O hábito do uso em bisnagas dificulta a disseminação das normas difundidas pela Vigilância Sanitária.
Fonte: Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC)
Apesar dos riscos, a aposentada Luzia Candido Pereira, 55, acredita que a “higiene é imprescindível em qualquer profissão e que sem uma fiscalização adequada não é possível ter um controle real”. Mesmo conhecendo os riscos, afirma que “o paladar das iguarias são ainda mais convincentes”, conclui.

Matéria produzida pela aluna Luciane Carvalho

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