quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Bate Papo

Audálio Dantas protagoniza Colóquio de Ética e Bate Papo com Mídia Júnior


Universitários têm a chance de conhecer a história e o mais recente livro do jornalista

Por Fernando Garrido


        O curso de Comunicação Social da Faculdade de Presidente Prudente (Fapepe), sob a coordenação de Lilian Moreira Gualda, trouxe para encontro com os estudantes, o jornalista e escritor Audálio Dantas. O profissional é mundialmente reconhecido pelos livros que lançou e pela longa trajetória de sucesso dentro do segmento crítico no país, sobretudo na época de combate e resistência à ditadura. A oportunidade de retorno à região oeste do estado foi possível pela presença confirmada de Dantas na Semana do Livro (realizada entre 17 e 27 de outubro). O convite para palestrar no Colóquio de Ética e Bate-Papo com Mídia Júnior na Uniesp foi feito pelo professor Rogério Potinatti.
        Cerca de 30 alunos entre as habilitações de Jornalismo e Publicidade puderam fazer perguntas e conhecer mais sobre a história do Brasil, principalmente sobre o regime militar e as repressões que limitavam o trabalho da imprensa no período.
        Audálio foi o primeiro presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) eleito por voto direto em 1973. O ápice da carreira se deu por conta de um acontecimento lamentável: a morte do jornalista Vladimir Herzog. Esse fato o motivou a lutar pela liberdade de expressão e o fim da impunidade de crimes que o estado apoiava como forma de intimidação e tirania. O registro é contado em detalhes no livro "As duas guerras de Vlado Herzog", lançado em 2012. 
        Segundo ele, o episódio foi fundamental para a queda da ditadura. "Em 1975, eu estava em Presidente Prudente, com universitários aqui do Oeste Paulista. Fiquei sabendo que naquela madrugada, Herzog cometeu suicídio. Não nos conformamos com tal informação, então resolvemos nos rebelar contra o sistema", conta.
        De acordo com Audálio, os cidadãos não eram presos, e sim sequestrados, tirados do próprio lar para sofrerem tortura. "Não existia ordem judicial ou defesa dos direitos, os assassinatos de opositores políticos são imprescritíveis, são crimes contra a humanidade e devemos divulgar o nome daqueles que instauraram o caos na sociedade", ressalta.
        Sobre novos projetos, Dantas revela que terminou de escrever um pequeno livro com texto e ensaio fotográfico que relata a região de nascimento de Luiz Gonzaga.
        O representante do sindicato dos jornalistas do município, Altino Correia, também compareceu ao evento e participou da atividade acadêmica.

Fotos: cedidas

                               O jornalista Audálio Dantas durante palestra, sob olhar atento do colega Altino Correia

                                        Audálio Dantas com a coordenadora Lilian Gualda e os estudantes de jornalismo da Fapepe

Nenhum comentário:

Postar um comentário