segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Pelo fim da eutanásia em cães com leishmaniose



A leishmaniose é transmitida por meio da picada do mosquito palha. Geralmente a doença acomete cães sadios, enquanto que nos humanos tem predileção por pessoas com imunidade diminuída (crianças, idosos, doentes). O cão, após ser contaminado por um mosquito infectado, apresenta um período de incubação que varia de dois meses a seis anos. Esta doença tem os sinais mais comuns como problemas de pele e pelo (dermatite seborreica, falta de pelo ao redor dos olhos, feridas na ponta das orelhas e na ponta do focinho), crescimento exagerado das unhas, emagrecimento, apatia, febre, sangramento nasal ou oral, problemas nos olhos. Pode haver aumento do abdômen por causa do aumento de órgãos (baço e fígado) e problemas renais. No entanto mais da metade dos cães portadores não apresentam sinais. Pouco está sendo feito para a prevenção da doença, já que ela é transmitida por um mosquito. A verdade é que a Leishmania é a doença que causa mais polêmica e controvérsia principalmente entre os veterinários. Ainda mais quando o assunto é o tratamento ou não de cães positivos. Uma ação civil pública contra o sacrifício de cães com leishmaniose está em fase de finalização. O motivo da ação é que seja declarada ‘INCONSTITUCIONAL’ a portaria Interministerial número 1.429/2008, que impede o tratamento de cachorros afetados por esta doença que é também uma zoonose. A doença já chegou a centros urbanos e muitos dos donos de cachorros contaminados ‘burlam a lei’ que determina o sacrifício dos mesmos para tentar salvá-los com fórmulas vendidas clandestinamente. Alguns proprietários procuram até a área jurídica para defendê-los. O dono do animal que decide trata-lo tem que ir a um Centro de Zoonose e assinar termos de responsabilidade sobre o animal. De acordo com estudos, foi comprovado que o cão com a leishmaniose poderá ser tratado, o que não compromete o combate contra a doença em termos de saúde pública.
Já, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, diz que testes laboratoriais mostram que o parasita facilmente dribla a ação dos medicamentos. Como o cachorro é o principal hospedeiro da doença, não sacrificar os cães infectados pode trazer consequências graves para a saúde pública, com a disseminação de parasitas mais resistentes. O veterinário Raul A. D. Barreto esclarece que a melhor maneira é a prevenção. “Proprietários de cachorros devem levar seu bichinho para coletar uma amostra de sangue que será analisado, e depois ser vacinado”. Posteriormente, o animal tomara três doses de uma vacina que precisa ser liberada pela Vigilância da Saúde, já que é controlada.
Existem veterinários cuja conduta é exterminar sumariamente todo e qualquer cão cujo exame dê positivo. Alguns são favoráveis ao tratamento daqueles positivos que não apresentam sinais da doença e alguns são favoráveis ao tratamento de cães que apresentem alguns sinais sem comprometimento da função dos rins. No entanto, é necessário saber e ter claro em mente que o tratamento não cura o cão, mas aumenta o tempo de vida e ameniza os sinais da doença. Mesmo aliando o tratamento aos cuidados para repelir mosquitos, há a possibilidade de transmissão. O tratamento elimina os sintomas, mas o animal continua portador. “Além disso, é um tratamento caro e prolongado que exige do responsável pelo animal um compromisso muito grande” explica o veterinário.

Entenda a doença

O mosquito pica um cão sadio que se contamina. No organismo do cão a Leishmania se desenvolve. Então um mosquito pica este cão e se picar outro cão ou uma pessoa, pode contaminá-la. No entanto, o contato cão-cão ou cão-homem não dissemina a doença. Funciona assim: mosquito-cão-mosquito-cão ou mosquito-cão-mosquito-homem. Dessa forma me parece bastante lógico que o combate ao mosquito é, ou poderia ser, muito mais eficaz. São cuidados simples como ter a planta citronela em seu quintal, levar seu animal ao veterinário regularmente e fazer exames para cuidar não apenas do seu animal de estimação, mas de sua família. Cuidados simples para uma vida melhor.

Matéria produzida pela aluna Letícia Ferro

Um comentário:

  1. Uma informação que não foi passada, é que o ser humano também é reservatório como o cão, e um ser humano doente, ele infecta o mosquito como o cão, pois a carga de protozoários é alta e em nenhum momento o poder público diz que este ser doente deveria ficar em isolamento.

    Tratamento não é caro, pois há diversos protocolos que podem ser usados.
    Tratamento é decisão pessoal e não obrigação do poder público.

    Quem opta por tratar seu cão, tem que ter compromisso e responsabilidade com este animal como se ele tivesse uma outra doença qualquer, pois o cão tratado com acompanhamento do médico veterinário, encoleirado ou fazendo uso de repelentes, não coloca em risco a vida humana.

    Nunca fizeram um estudo com relação aos seres humanos assintomáticos também estarem infectando silenciosamente outros animais e humanos.

    Matar cães para controlar é a medida menos eficaz, pois hoje está presente em todo o país, além de ser antiética, como o Brasil vem fazendo há 50 anos.

    A doença antes rara nos gatos, tem manifestado com mais frequencia. Então o próximo alvo será também os gatos, depois os cavalos, depois os ratos,etc., etc.

    Temos que focar na prevenção e controle do vetor, é assim que tem sido recomendado por organismos internacionais como OMS, OPS e em diversos trabalhos científicos, tanto no Brasil como no exterior.

    O Brasil é o único país que mata para controlar a doença.

    Está na contra mão do mundo ao optar pelo canicídio, medida está comprovadamente ineficaz e ultrapassada e perdeu o controle da doença.

    Precisamos dizer mais?
    Vivi Vieri

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