segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Coordenadora do curso de Enfermagem apresenta trabalhos em SC

Evento nacional reúne os maiores pesquisadores de bioética do país

Por Fernando Garrido

Entre os dias 23 e 27 de setembro, Florianópolis recebeu o X Congresso Brasileiro de Bioética. O evento foi realizado no Centro de Convenções e contou com a presença de Jaqueline Kuramoto, coordenadora do curso de enfermagem da Faculdade de Presidente Prudente (Fapepe), desde 2010. A profissional que há cerca de dez anos pesquisa e concentra estudos relacionados à essa ciência, apresentou e defendeu dois pôsteres com os seguintes temas: "A bioética e o Envelhecimento" e "Considerações da Bioética na Prescrição e Utilização de Fármacos em Gestantes", esse com participação da enfermeira Daniela Cassada. A aluna Marina Bueno e a professora do curso Eunice Maria também compareceram ao encontro e auxiliaram o desenvolvimento dos trabalhos. 

Na região de Presidente Prudente, o assunto ainda é pouco conhecido e, na visão dela, deveria ser mais explorado. Ainda, segundo a própria, a exposição dos temas é resultado de aproximadamente um ano de análises, fundamentações e muita dedicação. Com essa projeção nacional, o esforço foi reconhecido e atingiu o objetivo traçado. "Estou satisfeita pela forma como tudo aconteceu, foi maravilhoso, muito além das nossas expectativas. É uma experiência agravável e gratificante", avalia. 

O próximo congresso será realizado em Natal (RN), em 2015. A disciplina de bioética integra o curso de enfermagem, do oitavo ao décimo termos na Uniesp.

O que é Bioética?

De acordo com Jaqueline, bioética é a ciência que estuda os conflitos advindos da biotecnologia e a repercussão nos valores humanos dentro da sociedade plural. "Existe para tratar questões que envolvem dilemas clínicos como o caso da eutanásia, transfusão de sangue, homeopatia, anencefalia, entre outros. Procuramos argumentar com serenidade, embasados, muitas vezes na filosofia. Utilizamos o diálogo para que as pessoas diretamente ligadas consigam chegar a um consenso justo e decidam qual o melhor caminho a seguir. Quando lidamos com escolhas, temos que analisar o que cada religião tradicionalmente prega, as possíveis consequências e respeitar a vontade dos responsáveis, até mesmo ultrapassando a ideia inicial da medicina", ressalta.

A ciência citada estimula o ser humano a repensar seus valores individuais e coletivos. O perfil de cada pessoa é construído a partir da regionalidade, aspectos familiares, religião, hábitos, ao longo da vida. Dessa forma, quando a saúde se torna vulnerável, há um choque de interesses que fazem com que os atritos ocorram com maior frequência. Com um posicionamento ponderado as circunstâncias são menos passíveis de problemas. "Não podemos nos ater ao julgamento de valores: certo ou errado. A linha entre o que é aceitável e o que é inconcebível, atualmente, tem sido cada vez mais tênue e variável. A imposição de uma postura a ser adotada pode ser clinicamente correta mas, se o paciente recusar a recomendação, prefiro que ele tenha sua vontade respeitada", opina. Para finalizar a entrevista, a membro da Sociedade Brasileira de Bioética, faz uma pergunta: "Nós estamos vivendo hoje uma crise de valores ou existem valores e eles estão em crise?"

                                                    Foto: Fernando Garrido
                   Jaqueline Kuramoto, Marina Bueno e Eunice Maria ao lado de um dos pôsteres expostos


                                          Foto cedida
                                As participantes durante o Congresso realizado em Santa Catarina

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