O Brasil esta no 5° lugar no ranking de pessoas obesas. Algumas já
fizeram de tudo, porém não conseguem emagrecer. Em último caso, optam pela
cirurgia bariátrica mas, quais são os riscos, cuidados e quem pode fazer?
Segundo o Dr. Fernando Leal Pereira, Cirurgião do aparelho digestivo, a
cirurgia é indicada para pessoas obesas com Índice de Massa Corpórea, (IMC),
acima de 40 exclusivamente, ou entre 35 e 40 associados com problemas de saúde
como, cardiopatias, diabetes, linfedema, apnéia do sono, entre outras. ''Todos
precisam ter histórico de obesidade por pelo menos cinco anos, insucesso em
tratamento clínico por dois anos e liberação de um psicólogo e nutricionista''.
Para a Dona de casa, Monique Evellyn Bassan, 27 anos, que já chegou a pesar 127
kg, a cirurgia não é a única forma, mas pra quem já tentou de tudo e não
alcançou o objetivo para emagrecer, seria a opção.
Monique afirma que tem medo de fazer a cirurgia. ''Tenho receio por saber
que pessoas já morreram, pois pegaram infecção depois do procedimento''.
Dr. Fernando afirma que o maior risco é o de óbito, que é em torno de 0,2%. ''A
embolia pulmonar e infecção abdominal grave (sepse) por fístulas norteiam as
maiores causas destes. Outros riscos como infecção de ferida operária (em
cirurgias abertas) são mais frequentes porém de gravidade infinitamente
menor''.
Para a estudante, Keila Cordeiro que tentou várias dietas, tomou remédios
controlados e gastou muito dinheiro com tratamentos estéticos, a cirurgia seria
a última opção. ''Me vi com 22 anos e pesando 130kg, com muitos problemas de
saúde por conta do peso, e como já tinha tentando de tudo e não havia
funcionado resolvi optar pela operação. Foi quando entrei na fila do sistema
único de saúde, SUS para operar''.
Dr. Fernando completa que os pacientes passam por exames laboratoriais como
qualquer cirurgia, fazem avaliação cardiológica, pneumológica,
fisioterápica, endoscopia e ultrassonografia abdominal para o preparo
cirúrgico. Após a cirurgia, os pacientes devem respeitar as orientações medicas
e principalmente nutricionais devido a restrição em volume a ser ingerido.
Antes e depois da cirurgia, Keila Cordeiro fez uso de um aparelho para melhorar
a respiração. Após o procedimento usou uma faixa na barriga que dava segurança
para andar com pontos e dreno.
Fora estes cuidados, Keila comenta que durante os quatro primeiros meses
pós cirurgia, passou por uma reeducação alimentar. ''No primeiro mês fiz uma
dieta de líquido, tomava também um suplemento alimentar e fazia uso de
omeprazol e ranitidina. O segundo mês já foi introduzido uma comida mais
papinha, e aos poucos fui voltando a comer normalmente''.
A estudante atualmente faz uso de vitaminas via oral e toma uma injeção
de citoneurin (analgésico e anti-inflamatório) a cada três meses.
Cordeiro perdeu 60 quilos e
afirma que tem mais qualidade de vida. Sua alimentação hoje é normal como de
qualquer pessoa. ''Me alimento de tudo
que tenho vontade mas em quantidade menor.
Não tenho mais os problemas de saúde que tinha devido ao excesso de
peso. Foi a melhor coisa que já fiz na vida''.
''Vejo cada vez mais pacientes que realmente precisam ser operados tendo os
benefícios que a cirurgia oferece. Mudamos não só os hábitos como também
atribuímos uma melhora significativa na qualidade”, finaliza Dr. Fernando Leal Perreira.
Matéria produzida pelo aluno do 6º termo de Jornalismo, Hélio César Santana, sob a supervisão da docente Flávia Arenales
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