Responsabilidade e maturidade são os diferenciais desse novo perfil de estudantes
Por André Fortunato
É cada vez mais comum, as pessoas darem início a um curso superior após uma certa idade, isso porque são vários os motivos que as trazem de volta às salas de aula, sejam eles financeiros ou familiares. Um bom sinal é que muitas empresas dão preferência para esses novos profissionais, que já levam seu currículo uma boa experiência de vida e profissional.
Em Presidente Prudente a assistente de RH, Silvia Cristina Alves da Silva 40, conquistou seu diploma com muito orgulho. Mãe pela primeira vez aos dezenove anos, ela teve dois filhos, portanto teve que adiar o sonho de cursar uma faculdade. Foi apenas aos 37 anos que ela começou a cursar Secretariado Executivo na Faculdade Uniesp e daí por diante sua vida tomou outra direção em relação ao futuro.
Silvia sempre trabalhou na área administrativa e no ano de 2006 foi contratada para trabalhar na linha de produção da Indústria Agrojet. Foi aí que percebeu a chance de crescimento profissional após ser promovida, cerca de três meses depois. “Hoje as pessoas comentam como mudei, pois minha auto-estima aumentou completamente. Eu passei a me cobrar mais, sempre quero fazer melhor do que já fiz”, diz Silvia.
Recentemente Silvia fez a mediação da visita do governador, Pedro Gonzáles Ramires, do estado de Amambai no Paraguai, no qual utilizou muitas técnicas vistas em sala de aula. “Eles falam (o guarani), mas mantive contato com espanhol, acompanhei todo o itinerário da passagem da comitiva diretamente com os assessores via telefone e o sucesso foi garantido, pois a Agrojet vai montar uma unidade no Paraguai. Sou apaixonada pelo que faço”, ressalta.
Hilena de Fátima Correa, 57, começou a fazer faculdade após passar por problemas particulares, onde a graduação foi seu escape para fugir da depressão. Atualmente, cursa o 2º ano de Pedagogia e se orgulha muito em falar que é uma futura profissional da educação. Segundo Hilena, que é avó de sete netos e serve de exemplo para muitos, ao provar que idade não é limite para ninguém, “tem dia em que meu netinho fala: 'vovó agora a senhora é professora né' - e isso me dá forças para continuar, pois o preconceito que enfrentei por conta da minha idade foi muito grande”, desabafa Hilena, emocionada.
Perante as novas tecnologias, ela se empenha para descobrir e aprender o máximo o que pode. “Os tempos são outros, as crianças gostam muito de tudo que é tecnológico, por isso preciso estar atualizada para trabalhar dentro da sala de aula”, completa.
Foto: André Fortunato
Silvia em sua mesa de trabalho, na empresa Agrojet