O
sistema penitenciário no Brasil tem muitas deficiências, as mais frequentes são
infraestrutura e superlotação.
De
acordo com advogada Viviane Castro Gabriel Segatto, 39, originalmente surgiu
como alternativa mais humana aos castigos corporais e a pena de morte. Deveria
promover a reeducação dos infratores, porém isso não tem ocorrido.
A
advogada relata que o sistema prisional foi criado baseado no isolamento, na
substituição dos maus hábitos da preguiça e do crime. “Subordina o preso ao
silêncio e a penitência para que se encontre apto ao retorno junto à sociedade,
curado dos vícios e pronto a tornar-se responsável pelos seus atos, com
respeito a ordem e a autoridade.” O Brasil convive com um abandono do sistema
prisional, o que deveria ser um instrumento de ressocialização, muitas vezes,
funciona como escola do crime, devido à forma como é tratado pelo estado e pela
sociedade. A legislação brasileira é cheia de brechas para recursos que fazem
com que em alguns casos, indivíduos condenados não cumpram a pena imposta. Ou
quando condenados, sejam beneficiados com recursos que os deixam livres para
sair e cometer novos crimes, como as saídas temporárias, que são concedidas aos
presos de “bom comportamento.” Não vejo sinceramente, enquanto não mudar a
legislação penal muitos acertos. Importante perceber que os presos tem tempo
livre quando estão detidos, e em sua grande maioria eles não se interessam
pelos trabalhos e estudos oferecidos, o que dificulta o seu retorno á
sociedade.”
Completa
a advogada, “Muitas coisas teriam que mudar para chegar nesse ponto de
melhorias no sistema. Penas cumpridas com dignidade, em espaços dignos, com
recursos de ressocialização , com trabalho e tempo ocupado. Se tivéssemos um
Código penal e processual mais atuante, os futuros jovens não teriam a certeza
da impunidade e teriam receio de serem detidos , pois saberiam que uma vez
acontecido esse fato, dificilmente sairiam antes do prazo estabelecido,
tornando o mundo do crime , bem menos atraente aos olhos dos que estão propenso
a entrar nesse meio.
A
funcionária Pública, Bibiana Bott, 35, acredita que o sistema prisional não
funciona e não recupera os presos, devido à recorrência às prisões. “Sem
mudanças na legislação penal, onde a pena seja proporcional ao crime cometido
de nada adiantará prender”. “Não concordo com metodologia de repressão, é
necessário educar e oferecer ensino técnico para todas as pessoas para que a
violência diminua”, comenta a funcionária.
O
Policial Hilton Ferreira de Andrade, 27, esclarece que o sistema penitenciário
tem caráter punitivo, ressocializador, preventivo, punitivo. Tenta trazer à
sociedade aquele que delinquiu como um novo cidadão. “O maior erro é a falta de
infraestrutura, visto que as penitenciárias e cadeias públicas estão
abarrotadas, superlotadas, e não oferecem condições para que o sentenciado ou
preso provisório cumpra a pena com a dignidade esperada”. “Esta não é uma culpa
exclusiva do sistema prisional, o judiciário é demorado e nosso legislativo
ultrapassado, visto que são estes que formulam nossas leis. Posso dizer que
está se dando mais importância nos benefícios na execução de pena e que também
é dado um pouco mais de atenção à questão dos direitos humanos. Para melhorar,
deve se dar uma política rápida na questão judicial revisão nas execuções
penais e, o mais importante, investir no social”.
A
esteticista, ENG, 32, fala da experiência de ter um familiar preso, o irmão,
que foi acusado por tráfico de drogas. Relata que a instituição carcerária não
oferece tratamento digno e, as condições de higiene são precárias. “Os
familiares tinham que levar papel higiênico e sabonete. Não acredito que o
sistema prisional forme cidadãos. Os presos não aprendem dentro das celas,
muito pelo contrário, o local forma bandidos”, completa indignada.
Esclarece a esteticista, “Para fazer visita ao
meu irmão, chegava às seis da manhã, pegava filas imensas com senha, e conseguia
entrar por volta do meio dia, sem contar a vergonhosa revista”, diz
horrorizada.
Matéria produzida pela aluna do 6º termo de Jornalismo, Cristineide de Almeida, sob a supervisão da docente Flávia Arenales
Nenhum comentário:
Postar um comentário