Neste último domingo, 27/01, veículos de comunicação
de todo o país noticiaram a morte de centenas de jovens na boate Kiss em Santa
Maria – RS.
Intensamente, durante horas a fio, a programação dos
canais abertos foi alterada e acompanhamos minuto a minuto o desdobramento do
segundo maior incêndio com mortes do país, o desespero dos pais, amigos e
familiares das vítimas, além de entrevistas com autoridades que apontavam os
possíveis culpados do fato.
Ao analisar o fato jornalisticamente por meio dos itens
do lead (o que, quem, quando, onde, como e porque), notamos os abusos e
excessos de repórteres na ânsia de conseguir o furo e manter a audiência.
Basicamente, o leitor, telespectador e ouvinte
precisa conhecer informações que tenham relevância e que, de alguma forma, o
ajudará a se precaver sobre um possível incidente.
Porém, o que foi revelado e ainda está sendo
noticiado são histórias que vão muito além do fato. Jornalistas abordam
familiares no momento de dor, durante o velório e enterro dos jovens, com
perguntas que muitas vezes, já sabemos a resposta. Ficamos sabendo também dos
trajes das vítimas no dia do acidente, local onde as cinzas das pessoas que
foram cremadas serão jogadas, entre outras banalidades.
Não tenho dúvida de que leis mais severas serão
criadas para proprietários de casas noturnas e que os possíveis culpados serão
condenados porque a mídia já os incriminou.
Várias notícias também mobilizaram o país durante
semanas tais como o casa da menina Isabella Nardoni, Suzana Von Richthofen,
Eliza Samudio, Eloá Cristina fazendo com que a população ficasse hipnotizada
com a informação e debatesse em rodas de amigos somente o fato pré-determinado
pela imprensa.
O que é salutar indagar é porquê fatos de extrema
importância para a população como desvios e lavagem de dinheiro, atrasos em
obras da Copa, milhares de mortes em hospitais públicos são escondidos ou
minimamente noticiados pela grande
mídia.
Fica a dica.
Flávia
Arenales
Ótimo texto.
ResponderExcluirCasos mais importantes como o mensalão, etc... são facilmente esquecidos qdo "podemos" decidir o nome do mascote da copa ... fuleco ...
Enfim, só para de reclamar de pagar impostos quando não ver mais gente no meio do corredor, deitados em macas (qdo tem macas), criança sem escola (de qualidade e pública), asfalto conservado (sem pedágio), e outras coisinhas mais.